sábado, 2 de fevereiro de 2008

Aracaju possui um déficit de 20 mil árvores.

"Goiânia tem 94 m² de área verde por habitante um recorde nacional"


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A estimativa é da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) que calcula que a capital sergipana possui cerca de 40 mil unidades quando o mínimo seria 60 mil. Os cálculos são baseados na taxa ideal recomendada pela Organização Mundial de Saúde, que indica que uma cidade pode ser considerada arborizada quando sua média é de 12 metros quadrados de área verde por habitante. Gilson Ramos, diretor de controle operacional da Emsurb acrescenta que para atingir o ideal "é preciso aumentar 50 % de arvores per capita da cidade".

Com objetivo de expandir a área arborizada em Aracaju, a prefeitura está executando um projeto para serem plantadas 20 mil árvores nativas de porte médio em praças e canteiros da cidade, nos próximos dois anos. O projeto que está estimado em R$ 3 milhões, de acordo com o prefeito Edvaldo Nogueira, tem a intenção de propiciar para os aracajuanos qualidade vida e conservação do Meio Ambiente. "O projeto de arborização que será implementado pela Prefeitura tem dois objetivos: o primeiro é melhorar a qualidade de vida da população de Aracaju, tornando a cidade mais bonita e agradável; o segundo é melhorar o meio ambiente, ajudando, a médio e longo prazo, a frear o aquecimento global e a destruição da camada de ozônio", destaca, ressaltando que a preocupação ambiental é uma questão de preservação da vida na Terra.

Além do déficit na vegetação, Gilson Ramos destaca que as árvores presentes na paisagem da cidade não são todas nativas. "Algumas espécies foram introduzidas na região sem nenhum controle ou estudo". O técnico ressalta que o último plantio planejado foi feito há vinte anos e só em 2005, no aniversario da cidade, o plantio foi retomado. "A prefeitura iniciou o trabalho plantando 150 mudas. Foi um ato simbólico. De lá para cá passamos a intensificar este trabalho", diz.

Neste contexto, um dos desafios enfrentados pela administração municipal é a falta de colaboração da própria população. "A cidade cobra mas não cuida. Muitos vândalos destroem as mudas ou roubam. Para contribuir com este projeto, a gente espera que a população colabore e denuncie".


Zonas mais áridas

Quem caminha pelo Parque da cidade, em um dia ensolarado, percebe que, além de o lugar ser sombreado, sua temperatura é mais baixa do que a das proximidades. A mesma sensação de frescor pode ser notada quando, em um dia de sol, uma pessoa sai da desarborizada avenida Acrisio Cruz e entra no Parque da sementeira. O exemplo dado é explicado por Gilson Ramos. "O bairro Jardins é o mais árido bairro de Aracaju", afirma.

Ramos explica que com a valorização imobiliária da região, os espaços para área verde foram ficando cada vez mais escassos. "Hoje, aquele é um local onde praticamente não possui área verde", constata Ramos. A constatação foi decisiva para que a Prefeitura plantasse 2.500 árvores no Parque da Sementeira. "O projeto do Parque da Sementeira surgiu para suprir esta carência". De acordo com Ramos, por outro lado, o Parque da cidade é o pulmão da cidade. "Aquela é sem dúvida a área que abriga a maior concentração de arvores e vegetações variadas da cidade", afirma.


Benefícios

Além de contribuir na melhoria da climatização (com alterações de até 4°C), um local rico em vegetação proporciona outras importantes vantagens: a infiltração de águas pluviais e a constante renovação e purificação do ar. Isso, sem contar com a redução da poluição sonora e o aumento da durabilidade do asfalto, reduzindo a manutenção em 15%, por não ficarem diretamente expostos ao sol.

O engenheiro ambiental José Antônio França, vai além e diz, ainda, que a população de cidades arborizadas é mais tranqüila e de bem com a vida. "Há diversos estudos que comprovam que a cor verde é relaxante, tanto que o índice de violência em locais mais arborizados é menor."

Porém, o projeto de arborização de Aracaju, durante décadas, não foi adequado. Basta ver que, grande parte das árvores da cidade são ingazeiros, uma espécie que causa sérios problemas nas calçadas, fiações e tubulações. Por isso, e por muitas pessoas desconhecerem as vantagens que os vegetais proporcionam ao meio ambiente, em Aracaju as plantas ficaram estigmatizadas como destruidoras de calçada.

De acordo com Gilson Ramos, apesar de muita gente ainda não ver as árvores com bons olhos, as pessoas estão mais conscientes e adeptas ao uso das plantas no paisagismo urbano.

"O problema é que muitos querem fazer as coisas por conta própria. Quando uma pessoa deseja plantar, remover ou substituir uma árvore em sua calçada, é aconselhável que a Emsurb seja comunicada. "Temos especialistas para saber qual a melhor espécie para cada caso. Além disso, sempre que uma árvore for retirada de um local, outra será reposta ao lado, ou em um lugar da cidade que necessite de arborização. Agora, se uma árvore for removida sem que a Prefeitura tenha conhecimento, infelizmente ela não será reposta", salienta.


Cuidados

Antes de se plantar um vegetal, as condições do local devem ser estudadas para saber qual é a espécie mais apropriada. "Uma árvore como o ingazeiro e o chapéu-de-sol, altas e de copas fartas, não devem ser plantadas em uma calçada estreita, mas se adequariam muito bem em uma praça com bastante espaço para expandirem suas raízes", exemplifica Rodrigues Correa.

Ele diz, ainda, que uma das favoritas das pessoas é o fícus, conhecida pelas possibilidades de poda da copa. "Acham bonito ter uma árvore com o topo redondo, mas o fícus cresce muito e precisa de espaço para espalhar a raiz. E, conforme a planta se desenvolve, isso poderá virar um grande problema", completa.


Motivador de vendas

O verde vende. Tanto que os novos lançamentos imobiliários de Aracaju apelam em suas publicidades para idéia de que o comprador viverá próximo à natureza. Basta reparar. Esta tendência vem da capital, onde os novos condomínios apresentam grandes áreas verdes para o lazer.

"As pessoas precisam estar em contato com a natureza. Por isso, em Aracaju, vemos cada vez mais propagandas de conjuntos residenciais com áreas verdes. Por um lado isso é bom, pois educa e conscientiza a sociedade quanto à importância de se viver mais próximo à natureza. Porém, os novos empreendimentos da cidade não têm tanto espaço para desenvolver grandes áreas verdes", salienta.


Zonas de plantio planejado

A avenida Heráclito Rollemberg está recebendo novas mudas em seu canteiro central, ampliando a arborização já existente no local. O plantio está sendo executado pela Prefeitura de Aracaju, por meio a da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), dentro do projeto integrado de construção da ciclovia que liga o São Conrado à avenida Tancredo Neves, no Distrito Industrial de Aracaju. Na primeira etapa do plantio, foram plantadas 90 árvores da espécie Caraibeiras. Na segunda fase, foram plantadas outras 40 mudas de coqueiros, juntando-se às já existentes. De acordo com o gerente de Áreas Verdes da Emsurb, Francisco Ney Maia, as árvores caraibeiras que foram plantadas inicialmente ficaram com uma distância considerável entre uma e outra para que fosse permitida a introdução de outras mudas para compor o projeto paisagístico. "A distância entre uma árvore e outra nos possibilitou realizar o segundo plantio com coqueiros para deixar o canteiro mais arborizado. Nosso intuito foi o de interagir com o projeto de ciclovias que a SMTT está concluindo na Heráclito Rollemberg. Na verdade, o projeto é integrado, fruto de uma preocupação da administração municipal em executar obras com seus respectivos complementos", relata. Segundo, a escolha da espécie da muda na segunda etapa do plantio se deu por se tratar de uma avenida onde já existia o paisagismo utilizando coqueiros. "Como havia outros pés de coqueiros, idealizamos um projeto paisagístico que complementasse o já existente", declara. Após executada a arborização na avenida Heráclito Rollemberg, a equipe de Áreas Verdes da Emsurb segue a avenida Tancredo Neves. "Como a ciclovia que percorre a Heráclito Rollemberg continua na avenida Tancredo Neves, a equipe da Emsurb seguirá com o projeto paisagístico para que a toda a ciclovia seja arborizada", explica Francisco Ney

www.jornaldacidade.net/noticia.php?id=83517

Aroeira















Aroeira Família Anacardiaceae

Nomes Populares
Urundeúva, aroeira, aroeira-do-sertão(C),
aroeira-do-campo, aroeira-da-serra, urindeúva,
arindeúva

Sinonímia Botânica
Astronium juglandifolium Griseb.,
Astronium urundeuva (Fr. All.) Engl.

Características Morfológicas
Altura de seis a catorze metros no cerrado e caatinga e
até vinte a vinte e cinco metros em solos mais férteis
da floresta latifoliada semidecídua, com tronco de cincoenta
a oitenta centímetros de diâmetro. .

Ocorrência
Ocorre desde o Ceará até o estado do Paraná e
Mato Grosso do Sul. É mais frequente no nordeste do país,
oeste dos estados da Bahia, Minas Gerais,
São Paulo e sul dos estados de Mato Grosso do Sul,
Mato Grosso e Goiás.

Madeira
Madeira muito pesada (densidade 1,19 g/cm3),
de grande resistência mecânica e praticamente imputrescível;
alburno diferenciado do cerne e facilmente decomposto.

Fenologia
Floresce durante os meses de junho a julho, geralmente
com a planta totalmente despida de sua folhagem. A maturação
completa dos frutos inicia-se no final do mês de setembro,
prolongando-se até outubro.

Utilidade
A madeira é excelente para obras externas, como postes,
moirões, esteios, estacas, dormentes, vigas e armações
de pontes, moendas de engenho, na construção civil,
como caibros, vigas, tacos para assoalhos, ripas, para peças torneadas, etc.
A árvore, pela beleza de sua copa aproximadamente piramidal
e, por outras qualidades ornamentais, é indicada para
arborização em geral. Seu único incoveniente
é a perda das folhas durante o inverno e o fato de provocar
reações alérgicas a certas pessoas sensíveis
que entrem em contato.

www.clubedasemente.org.br/aroeira.html

PALMEIRA IMPERIAL (Roystonea oleracea)




















As palmeiras imperiais, de nome científico Roystonea oleracea, viraram símbolo de poder político, econômico e social no Brasil. Conquistaram esse status em 1809, quando o príncipe regente D. João VI as plantou no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Os troncos altos, de até 32 metros de altura, esbranquiçados e de palmitos volumosos, transformaram-se em sinônimo de pujança. Pode soar exótico, mas há cada vez mais brasileiros interessados em plantar no jardim doméstico uma dessas árvores.
Não são as gigantes a perder de vista, mas as de dimensões mais modestas. Há, entre os amantes de um belo jardim, uma tendência: o fascínio pelas palmeiras. É bom negócio, seja nas casas particulares, seja em edifícios comerciais. “Esse foi o meu objetivo quando fui chamado para fazer o paisagismo do Hotel Unique, em São Paulo”, diz o paisagista Gilberto Elkis. “A imponência das 11 imperiais plantadas em frente ao prédio trouxe vida, tornou o lugar mais bonito e sobretudo valorizou o endereço.”


GILBERTO ELKIS “As árvores enriqueceram a fachada do Hotel Unique, em São Paulo”

PALMEIRA IMPERIAL (Roystonea oleracea)

Tronco de 1 metro R$ 400
Tronco de 12 metros R$ 10 mil

É um mercado regido por metros – compra-se “o metro de tronco”. Os preços variam de acordo com outras características, como a origem e a qualidade das plantas, mas o sistema métrico ajuda a ditar os cifrões. A Dypsis, uma das mais procuradas, começa em R$ 1 mil o metro e, na média, dobra de preço cada vez que cresce outros 60 centímetros. Compra-se, normalmente, espécies que variam de 1 metro a 3 metros – e não mais do que isso, porque os valores vão à lua. Uma palmeira imperial centenária, com 30 metros, é vendida a pelo menos R$ 20 mil – isso sem levarem conta o custo do transporte e plantio. Na outra ponta, apostar em mudas é uma decisão apenas romântica, porque exige décadas a fio de espera pelo crescimento da planta.


MARCELO FAISAL
Em uma década, o paisagismo brasileiro explodiu”


PALMEIRA PHOENIX (Phoenix roebelinii)
Tronco de 1 metro R$ 400
Tronco de 3 metros R$ 1,2 mil

Não é atividade para amadores. A consulta a especialistas é fundamental. Eles têm alguns conselhos muito claros na compra das árvores dessa família, que há apenas cinco anos começaram a ser apreciadas no chamado paisagismo estético. Com força, tomaram o lugar que antes era dos pinheiros. “A Dypsis está na moda”, diz o engenheiro agrônomo e paisagista Paulo Cesar Cavalcanti, de Vargem Grande, na Grande São Paulo. Marcelo Faisal, renomado especialista em jardins, aponta um outro tipo de palmeira como aposta segura, de bom gosto e mais em conta: são as arecas. Antes eram desprezadas e agora brotam em tapetes verdes. Um tronco de 1 metro custa apenas R$ 15. “São ideais para compor o jardim, preenchendo espaços vazios”, diz Faisal. É o império das palmeiras.

www.terra.com.br/istoedinheiro/348/seudinheiro/348_imperio_palmeiras.htm

Jacarandá da bahia (Dalbergia nigra)














Árvore com floração discreta e rápida, alguns anos aparece com mais destaque, normalmente em Outubro.






















Nome Jacarandá da Bahia

N. Científico Dalbergia nigra

Família Leguminosae - Papilionoideae

Nomes populares Jacarandá preto, Jacarandá caviúna.

Altura média 15-25 metros

Folhas Compostas imparipinadas, 11-17 folíolos de 12-15 cm, lisos.

Flores Minúsculas, em cacho, claras.

Fruto Vagens marrons com uma ou duas sementes.

Sementes Pequenas, 1 cm, marrons.

Outras características

Árvore de médio a grande porte, é muito comum nas matas desta região leste de MG, porém como foi muito explorada e seu crescimento é lento, só a encontramos em porte pequeno, no máximo médio. Muito procurada pela qualidade de sua madeira, não se destaca nem pelo porte, normalmente com o tronco um pouco retorcido, nem pela floração, que não é vistosa.

www.arvores.brasil.nom.br/jacar1/index.htm

Ipê branco



Nome Ipê branco

N. Científico Tabebuia roseo alba

Família Bignoniaceae

Nomes populares Ipê branco

Altura média 7 -16 metros

Folhas Compostas digitadas, 3 foliolos de 12 cm.

Flores Brancas em cacho, muito vistosas.


Fruto Vagem de 18 cm, verde e lisa.

Sementes Aladas, pequenas (3 cm).

Outras características

É talvez a espécie de Ipê mais vistosa quando em flor.Sua floração é muito breve, apenas dois dias por ano, às vezes se repetindo após um mês.

Nem todo ano os ipês brancos florescem com exuberância, pelo menos nesta região (leste de MG). Muitas vezes apresentam floração discreta e quase nenhum fruto.

Trata-se de um tipo de ipê muito bonito, ficando totalmente branco durante um período muito curto, pois sua floração não dura mais do que dois dias, por volta de Agosto. Às vezes repete a floração por volta de Setembro, com menor intensidade.

www.arvores.brasil.nom.br/ipebr1/index.htm

O Pau-brasil: Um pouco da sua história.


O pau-brasil é uma espécie arbórea característica da Mata Atlântica, que ocorre do Rio Grande do Norte a São Paulo. Em muitas das regiões de ocorrência natural ela foi erradicada; na Região Cacaueira da Bahia, sua sobrevivência deve-se, basicamente, ao modelo de agricultura - cacau-cabruca - desenvolvido para estabelecimento da cultura. Ela teve uma participação relevante e ativa na história do país, não só política como econômica, desde a colonização até os primórdios da república.

Devido à intensa comercialização da madeira para a extração de corante vermelho ( brasilina ), a região produtora da Ilha de Vera Cruz ficou conhecida como C osta do Pau-brasil e no ano de 1535, passou a se chamar oficialmente de Brasil. Essa atividade manteve-se economicamente rentável por aproximadamente 350 anos (1850-1870), quando foi progressivamente substituída por corantes sintéticos.

Por volta de 1750, a Caesalpinia echinata (pau-brasil) começou a ser utilizada para a confecção de arcos de violino e a partir do início do séc. XIX, os arcos de violino de músicos profissionais passaram a ser produzidos exclusivamente com a madeira do pau-brasil.

Apesar de não se conhecer a real forte pressão que a espécie tem estado sujeita ao longo de todos esses anos, é preciso rever o modelo de exploração adotado, pois em muitas de suas áreas de ocorrência natural, ela já foi completamente erradicada. No Sudeste da Bahia, face o sistema agro florestal cacau-cabruca, a espécie mantém os maiores e mais bem distribuídos remanescentes, sugerindo que essa forma de uso do solo compatibiliza agricultura e conservação de recursos naturais. Porém, a crise da monocultura do cacau, está comprometendo em curto prazo, não só o modelo agrícola, como os remanescentes florestais associados, inclusive os de pau-brasil. É necessária a adoção de medidas que reverta o cenário que está se delineando.

Objetivo do Programa Pau-brasil:

Este Programa se propõe, num prazo de cinco anos, não só reverter a tendência de degradação que a espécie esta sujeita, como implantar um modelo sustentável de exploração, evitando a erosão genética a qual ela está submetida, garantindo a sua conservação em bases confiáveis, identificando os remanescentes atuais e conscientizando os agricultores quanto ao uso sustentável, mobilizando e envolvendo as comunidades das zonas de ocorrência na luta pela conservação-produtiva da espécie, instigando a implantação de políticas públicas favoráveis à produção sustentável nas diversas instâncias do poder (municipal, estadual e federal), envolvendo de forma favorável os órgãos governamentais e não-governamentais no processo, e, por fim, promovendo um fomento florestal capaz de garantir os estoques nas áreas remanescentes e a re-introdução onde foi erradicado.

www.arvorenacional.com.br/index.php

Tese revela que pau-brasil é resistente a fungos e cupins

RAQUEL DO CARMO SANTOS

O pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.), árvore que está na lista do Ibama de espécies ameaçadas de extinção, foi objeto de estudo em tese de doutorado apresentada no Instituto de Biologia da Unicamp (IB). A bióloga Claudia Alves da Silva constatou que a madeira de pau-brasil possui resistência a cupins e fungos que degradam a madeira, conhecidos na literatura científica como xilófagos.


Estudo integrou projeto temático

De acordo com Claudia, a madeira é tão resistente quanto a do angico-preto, que é muito utilizada principalmente na confecção de dormentes de trens. O trabalho, inédito, poderá subsidiar outros nesse sentido. Segundo Claudia, que foi orientada pela professora Marcia Regina Braga, pesquisadora do Instituto de Botânica de São Paulo, não havia relatos com relação ao grau de resistência do pau-brasil. Mesmo sendo abundante no país até pouco tempo atrás, nenhum trabalho com foco nas características da parede celular da madeira havia sido feito. A tese integra um projeto temático financiado pela Fapesp e desenvolvido, na parte de biodegradação, em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). “O objetivo geral foi estudar o pau-brasil desde a semente até a madeira, principalmente para o seu uso sustentável e conservação”, explica.


Para o estudo, Claudia comparou as características bioquímicas da madeira do pau-brasil com a de outras utilizadas comercialmente, entre as quais, o pinus, eucalipto e angico-preto, que já possuem grau de resistência conhecido. O eucalipto e angico-preto são angiospermas de baixa e alta resistência, respectivamente. Já o pinus é uma gimnosperma de baixa resistência e foi utilizada nos ensaios de degradação como controle.


Claudia alerta, entretanto, que apesar de ficar demonstrado que a madeira de pau-brasil possui semelhanças com a do angico-preto, podendo ser considerada então de alta durabilidade natural, a indicação para outros usos do pau-brasil deve ser limitada, devido ao risco de extinção. Isto porque, desde a antiguidade, a madeira foi muito explorada ilegalmente. De abundante, tornou-se ameaçada de extinção. “Foi grande a sua aplicação como corante, por causa de sua coloração avermelhada”, lembra. Este aspecto causou muita devastação, até a descoberta dos corantes artificiais Atualmente, a madeira de pau-brasil, árvore considerada por muitos como símbolo nacional, é usada na confecção de arcos para instrumentos de corda, em razão de suas propriedades acústicas. Mas, até mesmo para este fim, continua sendo explorada ilegalmente.

Universidade Estadual de Campinas / Assessoria de Imprensa