sábado, 2 de fevereiro de 2008

O Pau-brasil: Um pouco da sua história.


O pau-brasil é uma espécie arbórea característica da Mata Atlântica, que ocorre do Rio Grande do Norte a São Paulo. Em muitas das regiões de ocorrência natural ela foi erradicada; na Região Cacaueira da Bahia, sua sobrevivência deve-se, basicamente, ao modelo de agricultura - cacau-cabruca - desenvolvido para estabelecimento da cultura. Ela teve uma participação relevante e ativa na história do país, não só política como econômica, desde a colonização até os primórdios da república.

Devido à intensa comercialização da madeira para a extração de corante vermelho ( brasilina ), a região produtora da Ilha de Vera Cruz ficou conhecida como C osta do Pau-brasil e no ano de 1535, passou a se chamar oficialmente de Brasil. Essa atividade manteve-se economicamente rentável por aproximadamente 350 anos (1850-1870), quando foi progressivamente substituída por corantes sintéticos.

Por volta de 1750, a Caesalpinia echinata (pau-brasil) começou a ser utilizada para a confecção de arcos de violino e a partir do início do séc. XIX, os arcos de violino de músicos profissionais passaram a ser produzidos exclusivamente com a madeira do pau-brasil.

Apesar de não se conhecer a real forte pressão que a espécie tem estado sujeita ao longo de todos esses anos, é preciso rever o modelo de exploração adotado, pois em muitas de suas áreas de ocorrência natural, ela já foi completamente erradicada. No Sudeste da Bahia, face o sistema agro florestal cacau-cabruca, a espécie mantém os maiores e mais bem distribuídos remanescentes, sugerindo que essa forma de uso do solo compatibiliza agricultura e conservação de recursos naturais. Porém, a crise da monocultura do cacau, está comprometendo em curto prazo, não só o modelo agrícola, como os remanescentes florestais associados, inclusive os de pau-brasil. É necessária a adoção de medidas que reverta o cenário que está se delineando.

Objetivo do Programa Pau-brasil:

Este Programa se propõe, num prazo de cinco anos, não só reverter a tendência de degradação que a espécie esta sujeita, como implantar um modelo sustentável de exploração, evitando a erosão genética a qual ela está submetida, garantindo a sua conservação em bases confiáveis, identificando os remanescentes atuais e conscientizando os agricultores quanto ao uso sustentável, mobilizando e envolvendo as comunidades das zonas de ocorrência na luta pela conservação-produtiva da espécie, instigando a implantação de políticas públicas favoráveis à produção sustentável nas diversas instâncias do poder (municipal, estadual e federal), envolvendo de forma favorável os órgãos governamentais e não-governamentais no processo, e, por fim, promovendo um fomento florestal capaz de garantir os estoques nas áreas remanescentes e a re-introdução onde foi erradicado.

www.arvorenacional.com.br/index.php

Tese revela que pau-brasil é resistente a fungos e cupins

RAQUEL DO CARMO SANTOS

O pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.), árvore que está na lista do Ibama de espécies ameaçadas de extinção, foi objeto de estudo em tese de doutorado apresentada no Instituto de Biologia da Unicamp (IB). A bióloga Claudia Alves da Silva constatou que a madeira de pau-brasil possui resistência a cupins e fungos que degradam a madeira, conhecidos na literatura científica como xilófagos.


Estudo integrou projeto temático

De acordo com Claudia, a madeira é tão resistente quanto a do angico-preto, que é muito utilizada principalmente na confecção de dormentes de trens. O trabalho, inédito, poderá subsidiar outros nesse sentido. Segundo Claudia, que foi orientada pela professora Marcia Regina Braga, pesquisadora do Instituto de Botânica de São Paulo, não havia relatos com relação ao grau de resistência do pau-brasil. Mesmo sendo abundante no país até pouco tempo atrás, nenhum trabalho com foco nas características da parede celular da madeira havia sido feito. A tese integra um projeto temático financiado pela Fapesp e desenvolvido, na parte de biodegradação, em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). “O objetivo geral foi estudar o pau-brasil desde a semente até a madeira, principalmente para o seu uso sustentável e conservação”, explica.


Para o estudo, Claudia comparou as características bioquímicas da madeira do pau-brasil com a de outras utilizadas comercialmente, entre as quais, o pinus, eucalipto e angico-preto, que já possuem grau de resistência conhecido. O eucalipto e angico-preto são angiospermas de baixa e alta resistência, respectivamente. Já o pinus é uma gimnosperma de baixa resistência e foi utilizada nos ensaios de degradação como controle.


Claudia alerta, entretanto, que apesar de ficar demonstrado que a madeira de pau-brasil possui semelhanças com a do angico-preto, podendo ser considerada então de alta durabilidade natural, a indicação para outros usos do pau-brasil deve ser limitada, devido ao risco de extinção. Isto porque, desde a antiguidade, a madeira foi muito explorada ilegalmente. De abundante, tornou-se ameaçada de extinção. “Foi grande a sua aplicação como corante, por causa de sua coloração avermelhada”, lembra. Este aspecto causou muita devastação, até a descoberta dos corantes artificiais Atualmente, a madeira de pau-brasil, árvore considerada por muitos como símbolo nacional, é usada na confecção de arcos para instrumentos de corda, em razão de suas propriedades acústicas. Mas, até mesmo para este fim, continua sendo explorada ilegalmente.

Universidade Estadual de Campinas / Assessoria de Imprensa

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostaria muito de plantar uma floresta de pau brasil,mas acho que não teria nenhum valor econômico.
A silvicultura me fascina e quero implantar projeto de floresta de árvores nativas brasileiras em minha propriedade,no sul de mato grosso.
Muito bom seu blog,especialmente esclarecedor este post do pau-brasil.

Parabéns!

Ronaldo

xzsa@netscape.net