domingo, 20 de janeiro de 2008

CAJUEIRO: Origem Brasileira

















Nomes Populares
Cajueiro, acajaíba, acaju, acajuíba, caju-manso, caju-banana,
caju-manteiga, caju-da-praia, caju-de-casa
Características Morfológicas
Altura de 5-10m, com tronco tortuoso de 25-40cm de diâmetro; em solos argilosos de boa fertilidade pode atingir até 20m de altura. Folhas glabras, de cor rósea quando jovens, de 8-14cm de comprimento por 6-8cm de largura. O pedúnculo super desenvolvido e suculento é geralmente confundido com o fruto, quando na verdade a castanha afixada àquele, é o verdadeiro fruto.
Ocorrência
Campos e dunas da costa norte do país,
principalmente nos estados do Piauí e Maranhão.
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Madeira
Madeira leve (densidade 0,42 g/cm3),
forte de de longa durabilidade.

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Fenologia
Floresce a partir do mês de junho, prolongando-se até novembro.
Os frutos amadurecem nos meses de setembro até janeiro.

Utilidade
A madeira é apropriada para construção civil, serviços de torno, capintaria e marcenaria, confecção de cabos de ferramentas agrícolas, cepas de tamanco e caixotaria. A árvore é muito cultivada em quase todo o país e no exterior para a obtenção de seu pseudofruto (caju) e de sua castanha; os frutos são muito consumidos em todo país, e a castanha é bastante popular e exportada para quase todo o mundo. Os frutos ou pedúnculos pedem ser consumidos in natura, na forma de suco e de doces caseiros. O suco de seu fruto é industrializado e altamente apreciado em todo o país. A casca da castanha fornece um óleo industrial. É planta indispensável nos pomares caseiros da costa litorânea. As flores são melíferas.




Saiba Mais:



Cultura - Caju

Aspectos Gerais Botânica/Variedades/
Descrição Usos do Cajueiro
Clima/Solos
para o Cajueiro Propagação do Cajueiro/Mudas Formação de Pomar
Tratos Culturais/
Adubações Pragas Doenças
Colheita/Beneficiamento/
Armazenamento Bibliografia

Aspectos Gerais:
- Segundos estudiosos a origem brasileira do cajueiro é um fato; o litoral nordestino é tido como centro de origem e dispersão do cajueiro comum, e Amazônia do cajueiro precoce. A planta está difundida pela América do Sul, América Central, África, Ásia; a partir de 1985 destacaram-se a Índia, Brasil, Moçambique, Tanzânia e Quênia como principais produtores de castanhas no mundo. No Brasil a quase totalidade da produção de castanhas situa-se nos estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte.

Internamente o Brasil consome pedúnculos do fruto, amêndoa da castanha e líquido da castanha; a comercialização da safra (1986) tem início 3 a 4 meses antes da colheita (castanha crua e pedúnculo). O Brasil exporta liquido da castanha (LCC) (quase toda a produção) e amêndoa da castanha (ACC) também quase a totalidade da sua produção; . Ceará (principalmente) e Rio Grande do Norte foram os maiores exportadores (1986).

A produção nacional de caju (1998) foi de 39.836 t., numa área colhida de 589.245 ha.

Botânica/Variedades/Descrição:
Composição:
O cajueiro pertence à família Anacardiaceae, Dicotyledoneae, gênero Anacardium, espécies Anacardium occidentale, L. (cajueiro comum) e – supostamente – Anacardium occidentale, L. var, nanum (cajueiro precoce).

A palavra caju parece vir do termo "Acâi-ou" (língua tupi), que significa pomo amarelo; em línguas estrangeiras é conhecido como marañom (espanhol), cajou, anacardier (francês), cashew (inglês), anacardio (italiana). O cajueiro precoce é também conhecido como cajueiro anão, cajueiro-anão-precoce, cajueiro-do-ceará, cajueiro-do-ceará-de-seis-meses.

No cajueiro precoce destacam-se os clones CCP06 (pedúnculo amarelo), CC09 (amarelado), CCP76 (avermelhado), Embrapa 50 (amarelo) e Embrapa 51 (vermelho) CCP1001 (vermelho). No cajueiro os tipos se diferenciam quanto a cor, forma, tamanho, sabor e consistência do pedúnculo do fruto sendo conhecidos como caju amarelo, caju vermelho, caju banana, caju manteiga, caju travoso, caju branco, caju maçã, entre outros.

As flores do cajueiro são masculinas e hermafroditas situadas na mesma inflorescência; as masculinas abrem-se às 06:00 horas (até as 16:00 horas) e as hermafroditas às 10:00 horas (até as 12:00 horas). A receptividade do órgão reprodutor feminino existe desde 24 horas antes até as 48 horas depois da abertura da flor. A polinização é predominantemente cruzada. A frutificação dá-se na época seca decorrendo 60-65 dias da floração à frutificação completa.

O fruto do cajueiro – a castanha – é um aquenio reniforme constituído pelo pericarpo – formado pelo epicarpo, mesocarpo (que contém o LCC) e o endocarpo – e pela amêndoa (que abriga o embrião) comestível, de cor branca (crua), contendo óleo. O LCC é uma resina líquida (cáustica).

A parte carnosa ligada ao fruto é o pedúnculo floral hipertrofiado chamado hipocarpo ou pseudo fruto, é rico em suco e tem formato variado (cilíndrico, piriforme, alongado....).

Características do cajueiro comum: Planta de porte alto (6 a 12 metros) excepcionalmente 15 e 20 metros (terrenos férteis), envergadura 10m. a 20m., copa ereta, compacta a esparramada. A primeira floração dá-se entre 3º e 5º ano de vida, o peso da castanha de 3 a 33g., peso do pedúnculo 20g. a 500g., de cor amarela ou vermelha. Produz 1,0 a 100Kg. de castanhas por safra (10.000 frutos), estabiliza a produção no 8º ano de vida; a floração dura 4 a 5 meses e a planta vive 35 anos.

Características do cajueiro precoce: Planta de porte baixo (4 a 6m.), copa compacta (em torno de 7 metros de envergadura), ereta; propagado por enxertia ou estaquia ou alporquia entra em floração aos seis meses, inicia floração um mês antes do que a do cajueiro comum, floração que dura 6 a 7 meses. O peso do fruto varia de 3g. a 13g., peso do pedúnculo varia de 20 a 160g., produz em torno de 43kg. De castanha /ano/árvore. O período de maior intensidade de frutificação (Ceará) é de setembro a novembro; é sensível à doença mofo preto.

Composições da amêndoa e do pedúnculo do caju:

Quadro 1

Composição da amêndoa e do pedúnculo

Componente Amêndoa crua Pedúnculo fresco
Umidade (%) 2,0
86,0

Proteína bruta (%) 20,9
0,7

Fibra bruta (%) 1,2
-

Carboidratos totais (%) 27,2
-

Cálcio (mg./100g.) 165,0
14,5

Fósforo (mg./100g) 490,0
33,4

Ferro (mg./100g.) 5,0
0,35

Brix -
10,7

Tanino (%) -
0,37

Ácido ascórbico (mg./100g) -
200

Açúcares totais (%) -
8,35

Extrato etereo (%) 49,0
-

Vitamina A (U.I.) -
10,8

Usos do Cajueiro:
Árvore: espécie vegetal para florestamentos havendo registros do seu uso como árvore ornamental e para sombreamento. A casca do tronco é adstringente, rica em tanino, própria para o curtume; ainda a casca contém substância tintorial vermelho-escuro (tinge roupas, redes em linhas de pesca). Cortes no tronco deixam sair resina medicinal (expectorante) e de uso no preparo da cajuína a da jeropiga.

As folhas novas servem para curtume e sua infusão (20% de folhas) é tida como medicinal (escorbuto infantil e angina de bismuto).

A madeira, cor rósea, dura, revessa, que recebe bem o verniz, é resistente à água do mar sendo usada para fabricação de cavername de barcos. Apesar disso só é utilizada para lenha e carvão (infelizmente).

Pedúnculo: rico em vitamina C é utilizado na alimentação do homem e de animais (bagaço da indústria). Ao natural o pedúnculo é consumido fresco (inteiro, cortado em rodelas, acompanhando feijoadas e tira-gosto de cachaça); esmagado produz suco refrescante – a cajuada -. Processado (em ações artesanais ou industriais) produz compotas, doces (cristalizados, em massa), caju-passa (ameixa), géleia; com o sumo produz-se sucos concentrados, cajuina (suco clarificado), vinho, vinagre, aguardente, licor, mel-de-caju. Com o suco fermentado (artesanalmente) fabrica-se as bebidas(mococoró e cauim); com pedúnculo + castanha jovens, - o maturi – prepara-se guisados e fritadas apetitosos.

Castanha - Amêndoa: é processada e consumida como castanha assada e salgada em coquetéis ou como tira-gosto de bebidas sofisticadas; ainda a amêndoa inteira ou quebrada ou sob forma de farinha entra no preparo de bolos, doces, bombons, chocolates, acompanha sorvetes, além de fornecer óleo, altamente insaturado.

Mesocarpo do fruto: produz a resina LCC – líquido da castanha de caju – de uso industrial (resinas fenólicas, pós de fricção para indústria automotiva); é de uso medicinal (propriedades antissépticas, vermifugas e vesicantes).

Clima/Solos para o cajueiro:
– Clima: planta exige altas temperaturas para seu desenvolvimento mas é bastante sensível ao frio e as geadas. A temperatura média anual deve estar em torno de 27ºC (24ºC e 28ºC) com limites entre 22ºC e 32ºC. Temperaturas baixas afetam negativamente a floração e a frutificação.

Chuvas requeridas entre 800 mm e 1600 mm distribuídos por 5 a 7 meses do ciclo com estação seca para floração/polinização do cajueiro.

Altitudes de até 600 m acima do nível do mar para explorações comerciais, umidade relativa do ar entre 70% e 80%; umidade acima de 80% na floração/frutificação promove incidência de doenças fúngicas que reduzem a produção.

Os ventos favorecem a polinização mas nunca devem estar a velocidades acima de 7m/seg pois provocam queda das flores e tombamento de plantas jovens.

- Solos: devem ser profundos, bem drenados, com boa reserva de nutrientes, pH entre 5,5 e 6,5, areno-argilosos (argila 15-35%), sem toxidez por sais solúveis; relevo plano a ligeiramente ondulado (declividade até 8%), solos pouco suscetíveis à erosão que permitam a mecanização. Evitar cultivo em solos compactos, pesados e mal-drenados, com lençol freático elevado e em solos rasos.

Propagação do Cajueiro/Mudas:
Cajueiro pode ser propagado por:
estaquia: uso de ramos com 15 cm de comprimento e 0,5 a 1,0 cm de diâmetro ( introduzidos em areia e vermiculita) com percentual de enraizamento variável.

Alporquia: poda-se parcialmente a planta 4 meses antes da alporquia, há emissão de brotações, seleciona-se ramos vigorosos e com diâmetro entre 0,8 e 1,3 cm, são desfolhados até 50 cm abaixo da ponta. Retira-se um anel de casca de 1,5 cm de largura e aí coloca-se terra com esterco (úmidos) e fixa-se com aniagem ou usa-se pó de hormônio enraizador com vermiculita.

Enxertia: em porta-enxertos (plantas provenientes de sementes) implanta-se gemas de ramos (borbulhia) ou pedaços de ramos (garfagem) para constituir na copa produtiva do cajueiro.

As mudas obtidas são chamadas de "clones" e são as indicadas para para formação do cajueiral comercial (pomares uniformes e produtivos).

Estas mudas devem ser obtidas de viveiristas idôneos e credenciados por órgãos oficiais.

Sementes: as mudas obtidas através da semente são chamadas de "pré-franco" ; não devem ser utilizadas para explorações comerciais.

Características das sementes: devem ser retiradas de plantas sadias, vigorosas, altamente produtivas, com pseudofrutos grandes; as sementes (castanhas) devem ser densas (afundarem em meio líquido), bem conformadas, peso 9 a 12 g. (cajueiro comum) e 7 a 10 g. (cajueiro precoce). Obtidas as sementes devem ser colocadas em vaso com água quando se elimina as sementes que flutuarem (teste de densidade); em seguida as castanhas são expostas ao sol por 2 dias, para secar ou por 5 a 6 dias à sombra, em local ventilado. Para armazenamento por pouco tempo usar latas fechadas e por muito tempo usar sacos de pano ou de papel. Após 12 meses de armazenamento não usar mais a semente.

Viveiro: em local ligeiramente inclinado de fácil acesso, próximo à fonte de água potável, fora da sombra de qualquer árvore e longe de plantações de cajueiros. Para plantas a serem enxertadas deverá haver ripado; para mudas pé-franco para florestamento, plantas a pleno sol. Os recipientes para mudas pé-franco devem ter as dimensões 25cm. (alt) x 19cm. (larg) x 0,15mm. (espess) e para plantas para enxertia 25cm. x 35-39cm. x 0,25mm.; de ordinário usa-se sacos de polietileno com 18 furos no terço inferior. Para mudas de cajueiro anão recipientes com dimensões 20cm. x 24,5cm. e 26cm. x 37cm.

O substrato (mistura de terra e outros) para encher os sacos pode ser composto de terra superficial arenosa, esterco de curral em pó (curtido), terra superficial de mata ou barro amarelo na proporção 5:1:4 enriquecido com 2,5 kg de superfosfato triplo e 1,0 kg de cloreto de potássio, por metro cúbico de substrato. Um metro cúbico de substrato é suficiente para encher 400 sacos (formato pequeno) e 134 sacos (formato grande).

12 a 16 horas antes do semeio as castanhas devem ser mergulhadas em água; em seguida tratadas com fungicida à base de PCNB 75 PM (dosagem 400g/100Kg de sementes). Semeia-se 1 semente por saco com a ponta para baixo (posição na planta) à uma profundidade de 3cm. A germinação pode dar-se em 12 a 25 dias (sementes novas, tipo médio, com 90-100% de germinação). Nos primeiros 30 dias irrigar diariamente com 0,5 litro de água por saco; em período seco irrigar 2 vezes/dia. Para controle da doença antracnose aplicar calda fungicida à base de captafol 480 (300g./100l. água) ou oxicloreto de cobre 50 (200-300g./100l.água) alternadamente a cada 7 a 10 dias; insetos podem ser controlados por aplicações de malatiom 50 E (150ml./100l. água). Essas aplicações devem ser feitas preventivamente. Ainda para antracnose, pode-se usar mistura de fungicidas benomyl 50 e mancozeb 80 (1g.+2,0g/litro de água).

Em caso de necessidade de adubação suplementar usar adubo líquido 9-6-5 (NPK) diluindo-se 40 ml do produto em 10 litros de água e aplicar 150 ml da solução por saco, após 40-45 dias da germinação. Seis meses pós germinação a muda pé-franco estará apta (com 30-40 cm altura, 6 folhas verdadeiras verdes, maduras, sem manchas, planta vigorosa) para o plantio definitivo em campo.

De ordinário deve-se preparar 20% acima do número necessário de mudas para plantio (para permitir replantios).

Em geral os porta-enxertos de cajueiro precoce podem ser enxertados entre 3 e 5 meses; os para cajueiro comum entre 5 e 6 meses.

Formação de Pomar:
- Preparo da área: As operações podem ser feitas manualmente, mecanicamente e de forma mista (segundo extensão da área, disponibilidade de mão-de-obra, vegetação existente na área). Em áreas já trabalhadas efetua-se gradagens cruzadas aplicando-se o calcário dolomítico antes de cada (se análise de solos recomendar) a 90 dias antes do plantio incorporando-se até 20cm. de profundidade. Sem recomendação aplica-se o calcário na cova (fundo) cobrindo-se com um pouco de terra (na adubação básica).

Espaçamento/coveamento: Para cajueiro comum de 10m x 10m até 15m x 15m (este mais próprio); para cajueiro precoce 7m x 7m (204 plantas/ha.) ou 9m x 7m x 7m (178 plantas/ha). Covas com dimensões 30cm x 30cm x 30cm (terrenos leves) e 40cm x 40cm x 40cm (terrenos pesados); na abertura da cova separar a terra dos primeiros 10 a 15cm de altura.

Adubação de fundação (básica): trinta dias antes do plantio misturar 20 litros de esterco de curral em pó (bem curtido) + 500g. de superfosfato simples + 100g. de cloreto de potássio à terra separada, lançar na cova e enche-la com terra restante.

Plantio: deve ser feito no início do período chuvoso, em dias nublados.

No plantio direto semeia-se 2 castanhas por cova a 3-6cm de profundidade calcando-se a terra com o pé para comprimir; 2 a 3 meses pós germinação desbastar deixando a planta mais vigorosa.

No plantio com mudas abre-se espaço na cova para o torrão, corta-se saco com canivete, coloca-se torrão no centro da cova e comprime-se a terra em volta dele.

Molhar a cova com 20l. de água e colocar capim seco (sem sementes) ou palha em volta da muda. Caso apresente-se período sem chuvas irrigar a cova duas vezes por semana com 20 litros de água.

Consorciação: Em regiões de cerrado as culturas de soja e arroz; do litoral à caatinga as culturas de feijão vigna e mandioca. Cita-se ainda as lavouras de sorgo, gergelim, amendoim, maracujazeiro. Importante é manter distância hábil (1,0m a 1,5m.) da linha de plantio do cajueiro à lavoura consorciada. Consórcios são viáveis até o 5º ano de vida. Para pomares de cajueiro anão indica-se as lavouras de feijão, soja e amendoim.

Tratos Culturais/Adubações:
Manter as plantas livres da concorrência de ervas daninhas, com capinas em "coroamento" em 2 a 3 operações/ano. Nas entrelinhas roçagem no período de chuvas e gradagem superficial na estação seca.

Desbrota: eliminação de ramos laterais baixos (nascidos abaixo das folhas cotiledonares ou abaixo do ponto de enxertia), no desbate (plantio direto) ou no final do período chuvoso, no ano de implantação do pomar.

Ainda no ano de implantação aplicar, sob projeção da copa, em cobertura com incorporação, por planta e por vez, mistura de 55g. de uréia e 35g. de cloreto de potássio no "pegamento" e no final do período chuvoso.

Poda de manutenção e limpeza: a de manutenção visa preservar o maior número possível de ramos produtivos favoráveis aos tratos e colheita. Ramos "ladrões", ramos que crescem para baixo, ramos que crescem sem produzir flores são eliminados; a planta deve ter, pelo menos, 60% de ramos que emitam flores e que dão à copa da planta formato de meia lua.

A de limpeza é feita anualmente com eliminação de ramos doentes ou secos.

As podas devem ser feitas após a colheita (safra).

Adubações anuais: é feita em cobertura, na projeção da copa (2/3 para dentro, 1/3 para fora), com incorporação; as quantidades abaixo referem-se à aplicações por planta e por vez.

Quadro 2 – Adubações em cobertura do cajueiro

Ano Início das chuvas Fim das chuvas
UR SS KCL UR SS KCL

2º 65 220 50 65 220 50
3º 85 290 65 85 290 65
4º (1) 170 445 100 170 445 100

A partir do quarto ano.
Fonte: EBAPA (1988)

Ur: uréia; SS: superfosfato simples; KCL: cloreto de potássio.

OBS: Caso haja possibilidade pode-se aplicar 10l de esterco de curral, em pó, com leve incorporação ,no início do período chuvoso.

A partir do 5º ano os adubos podem ser lançados nas entrelinhas.
Pragas:
Broca das pontas: Anthistarcha binocularis, Meyrich, 1929 Lepidoptera, Gelechiidae.

Adulto é pequena mariposa cinza; a fêmea põe ovos na ponta dos galhos. Nascidas dos ovos as lagartinhas penetram no tecido mole em direção ao centro do galho abrindo galerias. O ataque resulta em folhas e inflorescencias murchas o que afeta a produção.

Controle: através pulverizações a serem iniciadas no começo da floração e frutificação, em número de seis, com intervalos de 10 dias. Entre os inseticidas indicados estão produtos à base de fenitrotiom CE 50, malatiom 50 CE, carbaryl 80 PM.

Tripes: Selenothrips rubrocinctus Giard, 1901, Thysanoptera, Thripidae.

Adulto cor geral preta ou marrom escura com 1mm. de comprimento; a fêmea introduz ovos dentro da folha e deles saem formas jovens, ninfas, amareladas com faixa vermelha no abdome. Sugam a seiva das folhas, na face inferior as partes atacadas ficam amareladas e depois tomam cor prateada. Causam seca e queda das folhas, secamento das inflorescências e depreciação de frutos.

Controle: pulverização com jato de calda aplicado de baixo para cima com inseticidas à base de dimetoato 50 CE, monocrotofos 40, malatiom 50 CE, fenitrotiom 50 CE.

Pulgão: Aphis gossypii, (Glover, 1975), Homoptera, Aphididae.

Adulto é inseto de corpo mole, pequeno, com/sem asas, cor de amarelo-claro a verde-escuro, vive em colônias numerosas que sugam intensamente as inflorescências causando secamento delas e reduzindo a produção.

Controle: pulverização das inflorescências com inseticidas à base de pirimicarb 500 PM, dimetoato 50 CE, malatiom 50 CE, paratiom metil 60 E.

Desfolhadores da planta:

Besouro vermelho: (Crimissa sp. Coloptera).

Adultos são vermelhos, larvas são lagartas verde lodo; ambos destroem as folhas (larva mais voraz) após o período de produção.

Lagarta saia justa: (Cicinnus sp. Lepidoptera).

Lagartas jovens ficam agrupadas nas folhas e "maduras" cada qual envolve-se em uma folha. O ataque dá-se no princípio da floração prejudicando a produção por diminuição da área foliar.

Lagarta verde: (Eacles sp., Lepidoptera).

Adulto mariposa amarela, larva (lagarta) cor verde ou alaranjada ou amarela ou marrom. Pode alcançar 10cm. de comprimento, destroe o limbo foliar, pode desfolhar a planta.

Controle: lagarta saia justa pulverização com dibrom 58 CE, monocrotophos 40 SC, methidathion.

Outros: lagarta verde pulverizações com carbaryl 80 PM, triclorfom 50 S, (para lagartas pequenas) e Bacillus thuringiensis 25 B (0,5 kg/ha). Besouro vermelho: paratiom metil 60 E, fenitrotiom 50 CE, triclorfom 50 S.

Traça das castanhas: Anacampsis sp., Lepidoptera.

Adulto é uma mariposa com 2cm. de comprimento e cor escura; a forma jovem é pequena lagarta rosa claro e cabeça preta que penetra pelo maturi (inserção castanha-pedúnculo) e destroe toda a amêndoa, onde empupa.

Controle: pulverização dos maturis com produtos à base de fenitrotiom CE 50, malatiom 50 CE.

Doenças:
Antracnose: doença por fungo Glomerella cingulata.

Amplamente disseminada, torna-se severa nos anos de maior intensidade de chuvas, notadamente, na floração. O agente ataca ramos, folhas, inflorescências, pedúnculos e frutos; aparecem manchas necróticas pardo-avermelhadas nas folhas deformando-as; nos ramos são lesões pardas, alongadas e deprimidas; frutos jovens secam e caem e pedúnculos mostram lesões necróticas, rachaduras e deformações. A doença ataca, também, o viveiro.

Controle: Poda de limpeza no fim do período chuvoso e antes do início de produção de folhas.

Pulverização da planta com fungicidas à base de benomyl 50, captafol 480, mancozeb, oxicloreto de cobre.

Plantio de variedades resistentes.

Oídio: doença causada pelo fungo Oidium anacardii.

Folhas são alvo do ataque; aparece, no seu dorso, revestimento ralo branco-acinzentado e pulverulento nas áreas afetadas. Em seguida aparecem manchas escuras, bronzeadas, extensas, recobertas pela cinza. Sob ataque intenso as folhas secam prematuramente.

Controle: aplicação, em pulverização, de fungicidas à base de enxofre molhável, de quinometionato, de dinocap, a cada 15 dias; iniciar tratamento no aparecimento dos sintomas.

Mofo preto: doença por fungo Perisporiospsella anacardii.

Causa, inicialmente, manchas arredondadas amareladas nas folhas com pontuações negras na face superior; mais tarde as manchas tornam-se pardas e aparece bolor negro feltroso na página inferior. Há ressecamento e queda da folha. O cajueiro anão é particularmente sensível à doença.

Controle: efetuar poda de limpeza e pulverizações das folhas com produtos à base de oxicloreto de cobre.

Outras pragas: larva do broto terminal, mosca branca (diazinom, fenitrotiom) cigarrinha (monocrotophos, triclorfom), lagarta véu de noiva (triclorfom, dibrom), cochonilha (paratiom metil, fenitrotiom) ácaro amarelo e ácaro das flores (enxofre), nematoides (Xiphinema, Criconemoides).

Outras doenças: bolor verde da amêndoa, mancha angular da folha (viveiro), mancha de filosticta (folhas), podridão de esclerocio (plantas jovens em viveiro) podridão de raízes (viveiros), pestaloziose, cercosporiose.

Colheita/Beneficiamento/Armazenamento:
Colheita inteiramente manual; a mecanizada depende fundamentalmente, de clones de porte baixo, copa ereta e uniforme e produção concentrada. A colheita de pedúnculo + fruto deve ser feita pela manhã aproveitando frutos caídos não estragados também e frutos ao alcance das mãos (nunca os fora de alcance).

Há descastanhamento (separação dos frutos e dos pedúnculos) e estes, acondicionados em caixas de 12 kg, são enviados para processamento (indústria).

No caso de colheita só para aproveitamento do fruto colhe-se de 7 em 7 dias; em seguida as castanhas são secadas ao sol por dois dias a três e armazenadas à granel sobre estrados com ventilação assegurada.

As produções de castanha variam 150 a 500 kg/ha para cajueiro comum; o cajueiro precoce pode produzir 1.300 Kg a 2.300 Kg/ha de castanha; esta representa 10% do peso do pseudo-fruto +castanha.

O processamento do pseudo-fruto+castanha.

O processamento do pseudo-fruto visa obter suco com polpa em suspensão, cajuina, caju em calda, caju ameixa, doce em massa, geléia, caju cristalizado, farinha de pedúnculo, vinho, vinagre, licor, aguardente, xarope.

O processamento da castanha visa obter a amêndoa (descasque), LCC, película da amêndoa, casca da castanha, creme de amêndoa.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BNB/ETENE/EPACE/EMBRAPA
A cultura do cajueiro no Nordeste do Brasil
Fortaleza, 1968

EPABA – Empresa de Pesquisa Agropecuária da Bahia S/A
Instruções Práticas para o Cultivo de Frutas Tropicais
Circular Técnica nº 9 novembro 1988

EMBRAPA/CNPAT – Fortaleza
Comunicados Técnicos: nº 3 (out/92) nº 2 (fev.91), nº 8 (fev.95) nº 14 (fev.98).
Informativos: nº 1 (abr.93), nº 2 (abr. 93).

EDITORA ABRIL – Guia Rural Plantar
São Paulo - 1991

Saiba Mais:

1. ENXERTIA POR BORBULHIA

Desenvolvimento do processo de enxertia por borbulhia na produção da muda de cajueiro a céu aberto. A nova técnica é um marco no desenvolvimento da cultura do caju no País, permitindo redução de 71% dos custos totais de formação de mudas e elevação dos índices de pegamento da muda (inferior a 50% no processo por garfagem) para até 90%, além de viabilizar a inclusão do caju na política de crédito do FNE - Fundo de Desenvolvimento do Nordeste, e reduzir o período de formação da muda em, pelo menos, 30 dias, já que torna possível a utilização do porta-enxerto com idade entre 60 e 70 dias. Esse processo permite, ainda, o aproveitamento de até 1.400 borbulhas por planta, o que supera sete vezes a quantidade de mudas feitas pelo antigo método de enxertia por garfagem.

2. CONTROLE DA ANTRACNOSE NO CAJUEIRO

Foram estabelecidos produtos, forma e época de aplicação para o controle da antracnose, doença responsável por até 40% de perdas na produção do cajueiro.

3. IDENTIFICAÇÃO DE NOVA ESPÉCIE DE PATÓGENO FOLIAR NO CAJUEIRO

O estudo taxonômico dos fungos associados às doenças do cajueiro permitiu a descrição de uma nova espécie de patógeno foliar - Septoria anacardii.

4. IDENTIFICAÇÃO E CONTROLE DE FUNGOS EM VIVEIROS DE CAJUEIRO

Três fungos foram detectados causando morte em mudas de cajueiro em condições de viveiro: Cylindrocladium scoparium, Pythium splendens e Phytophthora sp. O controle químico adotado, aliado ao manejo do viveiro, têm mantido os patógenos dos inóculos em níveis abaixo dos danos econômicos.

5. TRANSMISSÃO DE PATÓGENO EM SEMENTES DE GRAVIOLEIRA

Identificação e adoção de métodos de disseminação e manejo integrado de patógenos responsáveis pelo declínio da gravioleira no Nordeste, cuja longevidade produtiva dos pomares está reduzida a 8 anos, ou seja, a 50% do período normal de produção. O estudo da ocorrência do fungo Lasiodiplodia theobromae em sementes de gravioleira revelou que o patógeno pode ser eficientemente transmitido através das sementes, mesmo a partir de plantas sem sintomas da podridão seca. Essa ocorrência pode reduzir o valor cultural da semente pela redução da emergência.

6. DEFINIÇÃO DA METODOLOGIA DE AMOSTRAGEM PARA AS PRINCIPAIS PRAGAS DO CAJUEIRO

Esta metodologia permite quantificar a dimensão do problema praga no cultivo do cajueiro, facilitando a tomada de decisão em relação ao controle. Consiste em indicação da forma de percorrer área de cajueiro a ser inspecionada, da frequência de amostragem e do número de amostras por talhão permitindo a avaliação dos níveis de infestação mediante escala de notas por espécie de praga.

7. MANEJO DA CIGARRINHA DA INFLORESCÊNCIA DO CAJUEIRO

A Embrapa Agroindústria Tropical dispõe de todas as informações necessárias para o controle de uma espécie de cigarrinha (Gypona sp) que ataca brotações novas, principalmente as inflorescências (panículas) do cajueiro.

8. DETERMINAÇÃO DO EFEITO DE DOSAGENS DE INSETICIDA NO CONTROLE DE BROCA-DAS-PONTAS, TRIPES E PULGÃO

Estudos conduzidos pela Embrapa Agroindústria Tropical determinaram os efeitos de diferentes dosagens do inseticida piretróide deltamethrin nas populações de broca-das-pontas (Anthistarcha binocularis), da tripes (Selenothips rubrocinctus) e do pulgão (Aphis gossypii).

9. PRODUTOS SELETIVOS PARA O CONTROLE DO PULGÃO DA INFLORESCÊNCIA DO CAJUEIRO

Identificação da eficiência de diversos produtos seletivos no controle do pulgão da inflorescência do cajueiro e do impacto causado ao agroecossistema pelo efeito deletério observado sobre o predador Scymmus sp.

10 .METODOLOGIA DE CRIAÇÃO E BIOLOGIA DE PRAGAS DO CAJUEIRO

Foi desenvolvida metodologia de criação e biologia das pragas broca-das-pontas, traça-da-castanha, lagarta-saia-justa, véu-de-noiva, lagarta verde e besouro vermelho do cajueiro visando ao desenvolvimento e aperfeiçoamento do controle integrado de pragas.

11. CONTROLE DE RESINOSE EM TRONCOS DE CAJUEIROS DECEPADOS PARA SUBSTITUIÇÃO DE COPA

A resinose, causada pelo fungo lasiodiplodia theobrome (pat) crif. é uma doença do cajueiro que vem crescendo de importância nas áreas produtoras do semi-árido do Nordeste do Brasil, (Freire, 1991). L. Theobromae é um fungo cosmopolita, polífago e oportunista e geralmente está associado a processos patogênicos em plantas estressadas e submetidas a ferimentos naturais ou provocados por animais. Detectou-se a ocorrência generalizada (>90%) de resinose em troncos e brotações de cajueiros decepados para substituição de copa na região de Mossoró - RN. Esta prática é atualmente recomendada para uniformização e rejuvenescimento de cajueiros. Objetivando-se encontrar solução para o problema foram realizados experimentos com os seguintes tratamentos: pincelamento do tronco com uma pasta à base de oxicloreto de cobre, imediatamente após o corte; da adição de benomil (1,5 g do produto comercial/litro) ao óleo lubrificante de motosserra; da combinação de ambos e da testemunha, sem fungicida. A adição de benomil ao óleo lubrificante de motosserra propiciou uma significativa redução no comprimento da lesão, sendo que, quando combinado com o pincelamento do tronco com oxicloreto de cobre, o efeito supressivo foi ainda maior. Atualmente a recomendação está sendo utilizada na prática de substituição de copa do cajueiro visando a redução da disseminação da doença.

12. NECESSIDADES HÍDRICAS DO CAJUEIRO ANÃO PRECOCE

Com base em parâmetros climáticos e de irrigação, estimou-se as necessidades hídricas do cajueiro anão precoce nos diversos estágios de desenvolvimento da cultura (1º ano, 2º ano e a partir do 2º ano). Verificou que as dotações requeridas por planta/dia no período crítico (outubro), situaram-se em torno de 75 litros para a região litorânea e 90 litros para as regiões de transição litoral/caatinga e caatinga/cerrado.

13. SELEÇÃO DE CLONES DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE PARA PRODUÇÃO DE PEDÚNCULOS EM CULTIVO IRRIGADO

A agroindústria do caju cresceu rapidamente no Brasil, ocupando atualmente uma área de cerca de 650 mil hectares e produção de 145.000 mil toneladas/ano de castanha. O falso-fruto ou pedúnculo representa cerca de 90% do peso do fruto, no entanto apenas 6% da produção total tem sido aproveitada. Com o objetivo de selecionar genótipos do tipo anão precoce com alta qualidade de pedúnculo para o mercado de frutas frescas, 32 clones foram avaliados por três anos em cultivo irrigado, incluindo três clones comerciais CCP 06, CCP 09 e CCP 76. O sistema de irrigação empregado foi o xiquexique, com turno diário de rega. Foram avaliados a cor, forma sabor e produção de pedúnculos. A seleção preliminar para a produção de pedúnculos, efetuada no terceiro ano de produção, identificou os clones END 157, END 189 e END 183 como os mais promissores. Existe variabilidade entre clones de cajueiro para o caráter produção mensal de pedúnculo em cultivo irrigado.

14. CLONES DE CAJUEIRO

EMBRAPA 50 e EMBRAPA 51 são clones de cajueiro anão precoce desenvolvidos pela Embrapa Agroindústria Tropical e já à disposição dos produtores rurais. Comparados aos clones comerciais disponíveis no mercado, os clones destacam-se pela maior estabilidade de produção durante os cinco anos em que foram avaliados e apresentam excelente padrão de qualidade da amêndoa para exportação e dos pedúnculos para consumo ‘’in natura’’. Apresentam castanha e pedúnculo com pesos médios de 10 e de 125 gramas, respectivamente, e percentual de amêndoas inteiras após a despeliculagem superior a 80%.

15. CLONES DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE - PARCERIA COPAN/EMBRAPA - AGROINDÚSTRIA TROPICAL

A COPAN - Companhia de Produtos Alimentícios do Nordeste em parceria com a Embrapa - Agroindústria Tropical desenvolveu e lançou quatro clones de cajueiro anão precoce: COPAN - BL 221, COPAN - BL 246, COPAN - BL 265 e COPAN- BL 295. Os novos clones lançados foram frutos da seleção de 347 matrizes escolhidas dentre 550.000 plantas dos campos de produção da COPAN, na Fazenda Belém em Icapuí (CE). Esses novos clones foram avaliados e submetidos a uma seleção para atender aos atributos agronômicos e industriais que se caracterizam como únicos no mercado mundial. Como atributos agronômicos, elegeu-se a produtividade (kg/hectare e tamanho da castanha), o porte (cajueiro anão), a precocidade e a tolerância a seca, pragas e doenças. Como atributos industriais elegeu-se aqueles que garantem altos índices de produtividade nas indústrias processadoras de castanha, tais como: o rendimento de amêndoa, a facilidade de despeliculagem e a boa resistência à abertura dos cotilédones (bandas). A produtividade mínima desses clones é de 800 kg/ha/ano, em condições de sequeiro.

16. RECOMENDAÇÃO DE CLONES DE CAJUEIRO ANÃO PARA O PLANTIO COMERCIAL

O problema mais significativo da cajucultura na região Nordeste do Brasil tem sido a baixa produtividade dos pomares, atualmente menos de 220 kg de castanha/hectare, razão pela qual é dada prioridade para a obtenção e avaliação de trinta clones de cajueiro em regime de sequeiro. Os resultados demostram que os clones com maior taxa de crescimento em altura durante os seis anos de avaliação foram CAP 01, CAP 05 e CAP 12, mostrando porte intermediário entre o cajueiro do tipo comum e anão. A altura média das plantas desses clones em 1996 foi superior em mais de 70% à média das alturas dos clones CAP 10, CAP 06 e CAP 26 se destacaram com maior envergadura, com média superior em mais de 63% a média do tamanho da copa dos clones testemunhas (4,79m), enquanto que os clones CAP 02, CAP 07, CAP 24 e CAP 25 apresentaram valores menores. A análise da produção de castanhas dos seis anos permite destacar os clones CAP 12 e CAP 18 como aqueles que se mantiveram com mais regularidade. Pela análise da produção de 1996 os clones CAP 12, CAP 18 e CAP 26 se destacaram com as produções de 1.509,9 kg, 1.281,4 kg e 1.261,7 kg por hectare, respectivamente, correspondendo ao aumento de até 175% em relação a testemunha mais produtiva.

17. PLANTIOS POR SEMENTE versus PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DO CAJUEIRO

O plantio por semente de um mesmo clone é responsável por 33% de plantas de cajueiro anão precoce fora do padrão, indicando a necessidade de serem mantidas as melhores combinações heteróticas formadas pela natureza e de se buscar novas combinações híbridas em programas de melhoramento. O plantio por sementes é responsável pela redução do potencial produtivo, dificuldade de manejo do pomar, menor rendimento de colheita e menor padronização do produto. Ao contrário, o plantio de clones propagados vegetativamente mediante enxertia eleva a produtividade, facilita o manejo, confere maior eficiência na colheita e padroniza o produto.

18. PROPAGAÇÃO DE SPONDIAS (cajá, umbu e cajarana)

Na propagação sexuada da cajá, umbu e cajarana os endocarpos, comumente denominados caroços, são a estruturas utilizadas como semente. A germinação de sementes dessas espécies é lenta, errática e desuniforme, devido a problemas de dormência de causas ainda desconhecidas. A Embrapa Agroindústria Tropical obteve aos 60 dias da semeadura percentagens de germinação de cerca de 90% com sementes de cajá, umbu e cajarana pré-embebidas em água. Estes resultados possibilitam o aumento da variabilidade de base genética e a utilização de enxertia em porta-enxertos de pé-franco.

19. PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE SPONDIAS (cajá, umbu e umbu-cajá)

A superação de problemas de germinação da cajá, umbu e umbu-cajá propiciou a Embrapa Agroindústria Tropical iniciar as pesquisas de propagação vegetativa dessas espécies utilizando-as como porta-enxertos para clonagem, pelo método de enxertia de fenda cheia. A propagação vegetativa possibilita a obtenção de precocidade, redução no porte da planta, uniformidade de produção e qualidade do fruto. Os resultados obtidos foram de 70% de pegamento na enxertia de cajá, umbu e umbu-cajá.

20. CORREÇÃO DE SOLOS PARA CAJUEIRO ANÃO NO CERRADO E SEMI-ÁRIDO

Tecnologia desenvolvida pela Embrapa Agroindústria Tropical, permitiu a análise comparativa do cultivo do cajueiro anão precoce nas regiões de cerrado e semi-árido, sem o uso de corretivo com a recomendação de pesquisa (uso de corretivo - calcário dolomítico) no ano de 1997. O uso do corretivo proporcionou um incremento (749 kg de castanha/hectare), o que corresponde a R$ 330,00 de receita bruta. O custo da tecnologia é de R$ 60,00 por hectare. Portanto, há uma receita líquida de R$ 270,00 por hectare. Estima-se o uso desta tecnologia em cerca de 8.000 hectares (cajueiro anão precoce), o que representa um impacto incremental de renda nas regiões de R$ 2.160.000,00 (R$ 270,00 X 8.000hectares). Além da maior produtividade física e melhor qualidade do produto, ainda há a vantagem comparativa de proporcionar maior renda ao produtor e expansão do cajueiro anão precoce em solos de elevada acidez e níveis elevados de alumínio tóxico.

21. OBTENÇÃO DE HÍBRIDOS DE CAJUEIRO

A Embrapa - Agroindústria Tropical já obteve 19 híbridos entre matrizes de cajueiro anão precoce e 19 entre cajueiro anão precoce e cajueiro do tipo comum, os quais apresentam castanha com peso entre 10g e 20g, encontrando-se em avaliação para as demais características agronômicas. Esse peso de castanha proporciona a obtenção de amêndoas de padrão de qualidade industrial exigido pelo mercado.

22. EXTRAÇÃO DA GOMA DO CAJUEIRO

O processo de extração da goma do cajueiro, viabilizado pela Embrapa Agroindústria Tropical, permite obter 4 kg/planta/ano. Esta produtividade, considerando a área com cajueiro no Nordeste, é suficiente para atender todas as necessidades das indústrias alimentícias, de cosméticos, farmacêutica e de vernizes do país, em substituição a importação de goma arábica. Essa matéria-prima carece ainda de desenvolvimento do processo industrial para atender a esse mercado.

23. BRS 189

O novo clone de cajueiro anão precoce requereu 10 anos de pesquisa e foi desenvolvido, especialmente, para o cultivo irrigado e para o consumo de mesa (in natura). Os pesquisadores estudaram os atributos e características capazes de atrair a atenção dos consumidores. As características marcantes do BRS 189 estão na coloração avermelhada do pedúnculo, no melhor índice de doçura (Brix 13) e menor teor de taninos, que são substâncias que causam o travo na garganta. Outra característica importante é a textura da polpa do pedúnculo. Durante os testes, ela apresentou resistência superior aos clones que estão no mercado, o que pode significar uma maior vida de prateleira. Por ser irrigado, o clone demonstra potencial de produção ao longo do ano, o que possibilita a oferta da fruta de forma constante.

24. RETIRADA DE PROPÁGULOS DO CAJUEIRO ANÃO PRECOCE

Esta prática agropecuária é muito importante para garantir uma boa produtividade de propágulos nos jardins clonais de cajueiro anão precoce que dão suporte aos viveiros comerciais. O estudo verificou que a retirada indiscriminada de propágulos, ao longo do tempo, degenera a planta. A ação pode provocar a paralisação do seu desenvolvimento e a conseqüente redução da produção de propágulos. Caso seja iniciada a retirada de propágulos antes de um ano de idade da planta, as conseqüencias são negativas para o seu desenvolvimento, com redução de até 25% na produção de propágulos ao longo de quatro anos. A prática agropecuária estabelece o tempo ideal para a colheita de somente após um ano de plantio, devendo ocorrer a cada 30 dias para não estressar a planta nem provocar perda de vigor no seu desenvolvimento.

25. TAMANHO ÓTIMO DE PARCELAS PARA PESQUISA DE CAMPO COM O CAJUEIRO

O uso de tamanho ótimo de parcelas experimentais nas pesquisas com a cultura do cajueiro contribui para obter variância mínima da média de cada tratamento, favorecendo a detecção de diferenças significativas entre eles, quando estas de fato existirem. Favorece a diminuição do custo da pesquisa, aumentando a qualidade dos seus resultados.

26. PRODUÇÃO DE MUDAS DE GOIABEIRA EM TUBETES

Obtenção de mudas de goiabeira enxertadas por garfagem no topo, em fenda cheia, produzidas em tubetes com capacidade 288cm³ fazendo uso de substrato composto por vermiculita e húmus de minhoca (1:1) ou pó da casca do coco maduro e húmus de minhoca (1:1). Porta enxertos de goiabeira produzidos em tubetes podem ser enxertados a partir de 120 dias de idade, obtendo-se a muda pronta para o plantio a partir dos 180 dias após a semeadura. A metodologia além de contribuir para a redução do tempo de formação da muda permite a diminuição do volume de substrato, de mão de obra, do custo de produção, facilitando o processo de transporte e da automação do viveiro.

27. PRODUÇÃO DE MUDAS MICROPROPAGADAS DE ABACAXI ORNAMENTAL (ANANAS LUCIDUS MILLER)

O método desenvolvido permite a clonagem e a produção de mudas de abacaxi ornamental, em grande escala (uma planta selecionada pode gerar até duzentas mudas com as mesmas características da mãe). Os abacaxis ornamentais têm importante valor comercial no mercado interno e externo de flores e plantas ornamentais.

28. SISTEMA DE PLANTIO DE SAPOTI/SAPOTA NO LITORAL CEARENSE

Com plantas originárias do Instituto de Pesquisa Agropecuária (PE), a Embrapa Agroindústria Tropical realizou estudo para adaptação do sapotizeiro ao litoral cearense. Os resultados mostram uma nova opção para a fruticultura irrigada do Ceará, possibilitando produção durante o ano todo. Antes, a produção se concentrava nos meses de outubro a dezembro.

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